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Archive for the ‘Prevenção de doenças’ Category

Em entrevista concedida à Agência Fapesp, a médica Marise Lazaretti Castro, fala sobre a falta de vitamina D, principalmente em idosos.

A explicação talvez esteja na falta de exposição ao sol ou uso de filtros solares.

Mais detalhes da entrevista na Agência Fapesp 24-01-2013

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No prazo de cinco anos, um suplemento mineral, produzido a partir de matérias-primas de alta disponibilidade e baixo custo, poderá contribuir para que sejam supridas as necessidades de ferro de quem carece desse nutriente.

O potencial do novo produto é uma das aplicações possíveis de um projeto de pesquisa recém-concluído por Maria Teresa Bertoldo Pacheco e sua equipe, do Centro de Química de Alimentos e Nutrição Aplicada do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), com apoio da FAPESP.

O conjunto dos potenciais beneficiários é extremamente vasto. No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 21% das crianças com até 5 anos, 43% das gestantes e 23% das mulheres em idade fértil (que sofrem depleção periódica do nutriente devido à menstruação) possuem algum grau de deficiência em ferro.

“Testamos duas matérias-primas abundantes e baratas: o soro de leite e as leveduras de cana-de-açúcar (Saccharomyces cerevisae). As proteínas de uma e de outra fonte foram hidrolisadas, isto é, ‘clivadas’ ou ‘cortadas’, com diferentes enzimas”, disse Pacheco.

“Os peptídeos (fragmentos de proteínas) resultantes passaram por ultrafiltragem para a obtenção de frações com massas menores do que 5KDa (cinco quilodaltons). Essas foram utilizadas na reação de quelação com o ferro, na forma de sulfato ferroso (FeSO4)”, explicou.

A quelação consiste em ligar o íon ferro a mais de um radical do peptídeo. “Os peptídeos com capacidade quelante foram isolados e enviados ao Centro de Investigación de Alimentos, em Madri, para o sequenciamento dos aminoácidos presentes”, disse.

A pesquisadora contou que, para o produto resultante ser ideal como suplemento alimentar, a quelação ao ferro deve ser forte, mas não demais. “Deve ser forte o suficiente, para garantir a estabilidade do composto durante sua passagem pelo trato digestivo, caracterizado pelo pH ácido do estômago; mas não tão forte, de modo que a molécula seja capaz de liberar o ferro ao chegar aos enterócitos da membrana intestinal, possibilitando sua absorção”, disse.

Novos estudos

A força das ligações é um fator decisivo, por ser ela que determina a biodisponibilidade do mineral. Por apresentarem baixa biodisponibilidade, muitos alimentos ricos em ferro acabam sendo de pouca utilidade para o ser humano.

Não basta que haja ferro, é preciso que o organismo consiga absorvê-lo. “De modo geral, a absorção é muito pequena, pois, devido ao potencial oxidativo e tóxico do ferro, o organismo possui mecanismos naturais de defesa, para limitar sua assimilação”, disse Pacheco.

Segundo a pesquisadora do Ital, os resultados obtidos com as proteínas hidrolisadas do soro de leite foram muito favoráveis. Já os hidrolisados de proteína de levedura apresentaram menor capacidade de quelação ao ferro (destes, aquele cuja hidrólise foi obtida por meio da enzima viscozyme exibiu maior biodisponibilidade do ferro ligado).

“Isso se deve provavelmente ao fato de essas proteínas serem materiais de menor pureza, contaminados com polissacarídeos provenientes da parede celular”, disse.

Constatado o potencial do soro de leite, o próximo passo é testar a biodisponibilidade do material com células conhecidas como CACO 2, que simulam o comportamento fisiológico e metabólico da borda intestinal humana, e, em seguida, com modelos animais.

“Se chegarmos a um peptídeo com alta biodisponibilidade, poderemos até sintetizá-lo a partir dos aminoácidos componentes”, afirmou Pacheco.

Fonte: agência Fapesp 04/01/2013

 

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Pesquisadores da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) desenvolveram um sistema de coletes plásticos para induzir em ratos deformações na coluna semelhantes às que acometem pessoas com escoliose.

O objetivo do trabalho, que contou com apoio da FAPESP, é aperfeiçoar os modelos animais usados em pesquisas feitas para avaliar a eficácia de tratamentos contra a doença. E também investigar os efeitos dessa alteração nos músculos e no sistema cardiorrespiratório.

Os resultados foram divulgados em artigo publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia.

“Há na literatura diversos modelos experimentais para induzir a escoliose em ratos, mas são todos muito invasivos. Alguns envolvem a sutura de músculos, outros a remoção cirúrgica de estruturas ósseas ou o uso de drogas para deformar os tecidos. Nós desenvolvemos um método não invasivo e de baixo custo”, contou o pesquisador Carlos Alberto da Silva.

No modelo criado pelo grupo de Silva, os animais foram imobilizados durante 12 semanas – a contar do desmame aos 21 dias de idade – por dois cintos (escapular e pélvico) feitos de policloreto de vinila (PVC). As placas de PVC foram interligadas externamente por um arame usado para regular a curvatura da coluna com convexidade à esquerda.

“Desenhamos o colete no computador, após analisar todas as medidas dos ratos, como comprimento, distância entre os membros posteriores e distância entre os membros anteriores. Todas as semanas o colete foi substituído para acompanhar o crescimento do animal e manter a escoliose na coluna. O ajuste, portanto, foi feito individualmente e a cada semana”, disse.

Mais de 30 tipos de materiais foram testados – entre eles diversos tipos de borrachas e resinas odontológicas – até chegar às placas de PVC. Além de ter a dureza e a flexibilidade necessárias, o material não machuca o animal e tem baixo custo.

Fonte: Agência Fapesp 04/01/2013

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Os motivos que levam os jovens a consumir drogas como o ecstasy (metilenodioximetanfetamina) são bem conhecidos e entre eles se destacam a curiosidade, a busca por sensações de prazer e a influência de pessoas próximas.

Mas para entender as razões pelas quais muitos optam por não usar ou por interromper o consumo da droga, pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizaram um estudo qualitativo com frequentadores de festas rave – apontadas em levantamentos anteriores como locais de fácil acesso a esse tipo de substância.

“Nosso objetivo era entender quais são os freios que levam essas pessoas a optar por não usar a droga mesmo diante de uma oportunidade. Essas informações oferecem subsídios para programas de prevenção”, contou Ana Regina Noto, coordenadora da pesquisa apoiada pela FAPESP.

Os resultados da investigação, feita com 53 jovens com média de idade de 26 anos, foram publicados em artigo na revista BMC Public Health, pertencente ao grupo BioMed Central.

O trabalho foi realizado durante o mestrado de Maria Angélica de Castro Comis, que contou com Bolsa da FAPESP.

Para selecionar os voluntários, os pesquisadores recorreram ao método conhecido como “bola de neve”, no qual um entrevistado indica outro possível participante com perfil adequado. Era critério de inclusão ter tido pelo menos uma oportunidade concreta de consumir a droga ou estar há um ano sem usar.

A amostra foi dividida em três grupos. O de não usuários, composto por 23 entrevistados, compreendia aqueles que nunca haviam experimentado ecstasy. O grupo de usuários leves ou experimentais era composto por 12 jovens que usaram menos de cinco vezes na vida. Já os 18 voluntários que disseram ter usado cinco ou mais vezes, mas haviam parado há mais de um ano, foram considerados usuários moderados.

“Os grupos de não usuários e de usuários experimentais alegaram motivações parecidas, que incluem o medo dos efeitos adversos e valores pessoais, sejam eles familiares ou religiosos, incompatíveis com o consumo dessa droga”, contou Noto.

Já entre os usuários moderados o principal motivo para a interrupção do uso foi a experiência de complicações físicas, psicológicas ou sociais. Os problemas mais citados foram dores musculares, ranger de dentes, mal estar no dia seguinte, perda de memória e dificuldade de concentração.

Segundo Noto, a droga atua como alucinógeno e estimulante e afeta diferentes sistemas de neurotransmissão no cérebro, como o serotonérgico, o dopaminérgico e o noradrenérgico. A gama de efeitos, portanto, é ampla. Entre os positivos há a melhora do humor e da percepção sensorial, euforia e inibição do cansaço. Entre os negativos estão arritmias cardíacas, hipertermia e aumento da pressão arterial – reações potencialmente fatais em pessoas suscetíveis a complicações cardiovasculares.

“Como os usuários costumam passar noites muito agitadas após consumir a droga, é comum sentirem cansaço extremo nos dias seguintes, dificuldade de concentração e sensação de tristeza similar a de quadros depressivos. Em muitos casos, isso atrapalha o desempenho nos estudos ou no trabalho, sendo um dos motivos para que se interrompa o uso”, disse Noto.

Comis, porém, ressaltou que a maioria dos usuários moderados afirmou que voltaria a usar a droga caso tivesse oportunidade. “Muitos pararam com o uso crônico pelo afastamento do contexto de uso, ou seja, houve mudanças no ciclo de vida, como término da faculdade ou casamento, que fez com que parassem de frequentar as festas”, disse.

Esse dado, acrescentou, mostra a importância de se estruturar programas também voltados à redução de riscos e danos relacionados ao uso da droga. “Conhecendo o discurso dos usuários, podemos pensar numa proposta de intervenção mais interessante, seja para a prevenção ou para a redução de danos. Se a gente chega com algo pronto fica mais difícil estabelecer um diálogo ético e flexível”, disse Comis.

Para Noto, saber as diferentes motivações que levam uma pessoa a nunca usar drogas ou a experimentar e interromper o uso permite planejar intervenções individualizadas e mais eficazes.

“Já que mesmo vivenciando complicações esses usuários não descartam voltar a usar a droga, temos de usar todas as possibilidades de intervenção. A prevenção é uma delas, informando as pessoas sobre os riscos nos contextos em que usam a substância. A redução de riscos e danos é outra, treinando pessoas que estão nas raves para lidar com eventuais problemas que possam surgir”, disse Noto.

Novos contextos

Outro dado novo revelado pela pesquisa é que o uso de ecstasy não está mais limitado ao cenário da música eletrônica na cidade de São Paulo. “Pudemos perceber entre os voluntários que também é comum hoje o uso em micaretas, rodeios, churrascos e até festas de casamento e formaturas”, contou Comis.

De maneira geral, segundo dados recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo de drogas sintéticas aumentou em toda a América Latina nos últimos anos. “Também cresceu a proporção de comprimidos contaminados, elevando os riscos de efeitos adversos”, disse.

Em muitos casos as pílulas de ecstasy vêm misturadas com outros estimulantes, entre eles vermífugos para uso animal. “Há comprimidos misturados com ácido acetilsalicílico, a aspirina, que pode causar reações graves em pessoas alérgicas”, alertou Comis.

Em 2010, um estudo realizado na Universidade de São Paulo (USP) com 12,7 mil universitários de todo o Brasil apontou que 7,5% dos entrevistados já haviam consumido ecstasy pelo menos uma vez na vida, sendo que 3,1% o fizeram nos últimos 12 meses e 1,9%, nos últimos 30 dias.

O artigo Reasons for not using ecstasy: a qualitative study of non-users, ex-light users and ex-moderate users (doi: 10.1186/1471-2458-12-353), pode ser lido em www.biomedcentral.com/1471-2458/12/353.

Fonte: Agência Fapesp 03/01/2013

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Até pouco tempo atrás, os tumores de boca e de garganta eram tipicamente associados a pacientes com mais de 50 anos e histórico de consumo pesado de álcool e tabaco. Mas, nos últimos anos, estudos epidemiológicos têm apontado uma emergência de casos em pessoas jovens que nunca fumaram ou beberam – a maioria deles associada à infecção pelo papiloma vírus humano (HPV).

A mudança no perfil dos afetados por esse tipo de câncer tem grandes implicações nos programas de prevenção, detecção precoce e também no tratamento da doença.

O tema foi abordado pelo médico Luiz Paulo Kowalski, diretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia do Hospital A.C. Camargo, nesta quinta-feira (13/12), durante o evento “Fronteras de la Ciencia – Brasil y España en los 50 años de la FAPESP.

O simpósio integra as comemorações dos 50 anos da FAPESP e reúne, nas cidades de Salamanca (10 a 12/12) e Madri (13 e 14/12), pesquisadores do Estado de São Paulo e de diferentes instituições de ensino e pesquisa do país ibérico, em uma programação intensa, diversificada e aberta ao público.

“Levantamentos anteriores feitos no Brasil apontavam uma prevalência de infecção pelo HPV menor que 2% nos pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Mas um estudo nosso publicado em 2012 mostra que em pacientes jovens com tumores de boca a prevalência é de 32%. Isso é bem alto”, contou Kowalski à Agência FAPESP.

Foram comparadas 47 amostras de tumores de pacientes com menos de 40 anos e 67 amostras de pacientes com mais de 50 anos. Entre os mais velhos, o índice de infecção pelo HPV foi de 8%. Os resultados da pesquisa, realizada com apoio da FAPESP, foram publicados no International Journal of Cancer.

“Nos dois grupos, o estágio da doença era parecido, a localização do tumor era semelhante e, ainda assim, os pacientes jovens HPV positivos tinham taxa de sobrevida melhores que os demais”, contou Kowalski.

Esse achado reforça dados de estudos anteriores que apontam um melhor prognóstico para pacientes HPV positivo. “Parece ser um tumor diferente, com comportamento mais localizado e menos agressivo. Em geral, os pacientes respondem melhor ao tratamento”, disse.

Em outra investigação em andamento, estão sendo comparados 23 pacientes com câncer de orofaringe (amígdala) atendidos no Hospital A.C. Camargo com 10 pacientes atendidos no Hospital do Câncer de Barretos, no interior de São Paulo.

O objetivo é identificar marcadores de resposta ao tratamento, mas ao fazer a avaliação da presença do HPV os pesquisadores encontraram um dado interessante: enquanto 78% dos pacientes da capital são positivos para a presença do vírus, todos os voluntários de Barretos foram negativos.

“Provavelmente essa diferença se deve ao fato de que na capital as pessoas aderiram mais às campanhas antifumo e hoje bebem menos do que antigamente. Já no interior, os hábitos mudaram menos. Além disso, o comportamento sexual na capital também está mais diferente e isso é um dos fatores ao qual se atribui o aumento da ocorrência dos casos de câncer associados ao HPV”, explicou Kowalski.

“A discrepância nos índices de infecção pelo vírus, mais uma vez, se refletiu nos resultados terapêuticos alcançados em cada grupo negativo, e a resposta terapêutica é muito pior”, disse.

A pesquisa está sendo realizada no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Oncogenômica do Hospital A.C. Camargo, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) apoiados pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Mudança de paradigma

Há 20 anos, o panorama para um jovem com câncer de cabeça e pescoço era muito ruim. “Em geral, eram pessoas que começaram a fumar e beber muito cedo. Tinham más condições nutricionais, um estado físico muito comprometido e tumores muito agressivos”, contou Kowalski.

Hoje, por outro lado, um paciente jovem, HPV positivo, sem histórico de consumo pesado de álcool e cigarro tem grandes chances de sobreviver ao tratamento e de voltar à vida normal.

Para Kowalski, essa mudança de paradigma exige a revisão dos programas de prevenção e detecção precoce da doença, muito focados em cuidados com a boca e em pacientes fumantes e etilistas. “Agora temos de nos preocupar com todas as pessoas. Mesmo quem não fuma e não bebe pode estar em risco”, disse.

Além disso, segundo o médico, é preciso lutar pela institucionalização de campanhas de vacinação contra o HPV para meninas e também para meninos.

“Embora existam mais de 200 variações de HPV, a maioria dos casos de câncer de orofaringe está associada aos tipos 16 e 18, contra os quais a vacina é capaz de proteger. É a melhor forma de prevenir a doença no futuro”, destacou Kowalski.

Fonte: Agência Fapesp 14/12/2012

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A couve é uma hortaliça excelente para sua saúde, muito rica em minerais e
vitaminas, e com um baixíssimo teor de calorias. Conheça as diversas formas de
como essa hortaliça pode te ajudar, além de formas de incluí-la em sua
alimentação.

O iodo da couve possui constituintes essenciais para a glândula tireóide participando

na produção da tiroxina.

Mais informações: http://belezaesaude.dae.com.br/couve/#utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Benef%C3%ADcios+da+Couve

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O pesquisador da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) João Aris Kouyoumdjian, em parceria com cientistas da Universidade de Uppsala, na Suécia, vem realizando desde 2006 uma série de estudos com o objetivo de facilitar o diagnóstico da miastenia grave, doença neuromuscular que causa fraqueza oscilante dos músculos voluntários.

Os resultados mais recentes serão publicados na próxima edição da revista Muscle & Nerve, com destaque no editorial. O dados já estão disponíveis para consulta pela internet.

A miastenia grave é considerada uma doença autoimune, na qual o próprio organismo do paciente produz anticorpos que atacam receptores localizados na junção neuromuscular, prejudicando a transmissão dos impulsos nervosos para os músculos.

Embora não existam dados precisos no Brasil, estima-se que a incidência esteja entre 6 e 11 pessoas afetadas por milhão por ano. Dependendo da gravidade e da região acometida, podem ocorrer queda das pálpebras, visão dupla, queda da cabeça, fraqueza em membros superiores e inferiores e dificuldade para mastigação, deglutição e até de respiração.

Os sintomas podem ser sutis e muito variáveis, o que dificulta o diagnóstico, principalmente nas formas oculares. A principal característica da doença é que a fraqueza muscular oscila durante o dia e aumenta à medida que os pacientes se movimentam.

Por meio de uma técnica conhecida como eletromiografia de fibra única, portadores de miastenia grave atendidos no Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital de Base e voluntários saudáveis estão sendo avaliados no Laboratório de Investigação Neuromuscular da Famerp.

Kouyoumdjian introduziu o método no país em 2006, após aprendê-lo com seu desenvolvedor, o neurofisiologista Erik Stålberg, durante especialização na Universidade de Uppsala.

“O exame consiste em introduzir um eletrodo semelhante a uma agulha de acupuntura no músculo. À medida que o paciente faz movimentos, o aparelho registra as contrações de uma única fibra muscular”, explicou Kouyoumdjian.

Ao comparar os registros na tela do aparelho, acrescentou, é possível medir a variação do tempo de contração de uma fibra muscular em relação à outra – medida denominada jitter.

Em pessoas saudáveis, o jitter dura entre 35 e 40 microssegundos, dependendo do músculo analisado. Já em pacientes com doenças neuromusculares, o jitter pode atingir valores tão elevados como 100 ou 150 microssegundos.

O equipamento capaz de fazer essas análises, único no Brasil até então, foi adquirido em 2009 por meio de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP.

“Trata-se de um eletromiógrafo comum, mas com um software que permite fazer o exame de eletromiografia de fibra única, mais sensível para diagnosticar a miastenia grave”, disse Kouyoumdjian.

Outra novidade, acrescentou, é que os eletrodos de registro usados na pesquisa são todos concêntricos descartáveis, o que não ocorria anteriormente.

Publicações de resultados

Como o método ainda era inédito no país, o primeiro passo foi estabelecer valores de referência para determinar o limite de normalidade para o jitter. Para isso o pesquisador avaliou as contrações musculares de pessoas saudáveis.

“Estudamos, até o momento, os três músculos mais usados no diagnóstico de miastenia: antebraço (Extensor Digitorum), olhos (Orbicularis Oculi) e testa (Frontalis). Hoje, diversos países usam nossos valores de referência. Com essa metodologia conseguimos acertar o diagnóstico em 95% dos casos”, disse Kouyoumdjian.

A pesquisa mais recente, que analisou as contrações do músculo Frontalis de 20 voluntários saudáveis, além da publicação na Muscle & Nerve, foi premiada no 59º Annual Meeting da American Association of Neuromuscular and Electrodiagnostic Medicine (AANEM), realizado em Orlando, nos Estados Unidos, em outubro.

Outros cinco artigos já foram publicados por Kouyoumdjian, em parceria com Stålberg, nas revistas Muscle & NerveClinical Neurophysiology e Arquivos de Neuro-Psiquiatria . Um deles traz dados de 20 portadores de miastenia grave atendidos no Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital de Base da Famerp.

Saiba mais sobre a pesquisa: http://agencia.fapesp.br/14886.

Fonte: Agência Fapesp 10/12/2012

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 Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) têm testado uma nova estratégia de vacinação contra uma doença pouco conhecida, mas potencialmente incapacitante: a paracoccidioidomicose.

Causada pelo fungo Paracoccidiodes brasiliensis, comum em áreas rurais, a doença causa um processo inflamatório crônico que leva à formação de fibrose nos tecidos afetados.

Como a principal forma de contágio é a inalatória, a sequela mais comum é a doença pulmonar obstrutiva crônica. Mas o fungo também pode afetar pele, boca, laringe, baço e fígado, além de se infiltrar nos ossos, nas articulações e no sistema nervoso central.

“Os tratamentos existentes são demorados, muitas vezes requerem a internação do paciente e causam efeitos colaterais importantes. Por isso, apostamos em uma vacina terapêutica, capaz de estimular o sistema imunológico a combater a doença. Mas também estamos testando a vacina em um protocolo profilático, para ver se ela é capaz de prevenir a infecção”, disse Suelen Silvana dos Santos, cujo estudo de doutorado é orientado pelo professor da FCF-USP Sandro Rogério de Almeida, com apoio de Bolsa da FAPESP.

Estima-se que existam 10 milhões de infectados pelo Paracoccidiodes brasiliensis na América Latina – concentrados no Brasil, na Argentina, na Venezuela e na Colômbia. Desses, apenas 2% desenvolvem a doença, fato geralmente associado a carência alimentar, alcoolismo, tabagismo ou doenças preexistentes.

Fonte: Agência Fapesp 25/09/2012

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